segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Vinte e seis

"Um rosto curioso. Misto de tudo, vinha então serenidade e absurdo, surreal a transbordar de normalidade. Os olhos com sombra e luz a confundir-nos a todos, castanhos, vibrantes, melancolia pura. Pálido. Rosado. Sorriso maior do mundo, choro inquieto e incessante. Parado e sem foco, se manchado por qualquer gota de sangue traria o medo junto. O pavor. Todo o horror que pudesse existir. Mas era limpo, estava limpo, mantinha-se limpo. De uma integridade tal que qualquer desonestidade era engolida. Fazia parte. Fazia parte, mas era o todo. A boca protuberante e rasa no simultâneo. Velhice e juventude se mesclavam em trezentos e doze. O suspiro baixo de quem dorme, os dedos finos servindo de apoio para que a cabeça pudesse descansar. Ela era tudo; todas as coisas e nenhuma delas."

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