Absurdamente plácido o meu desespero: pacato e previsível
Não sou de me abrir e só falo quando sei que vai haver resposta
(Que pareça o bastante, ao menos)
É difícil, são contáveis os sorrisos que me fazem sorrir
Mas ao menos sei que sempre estarão aqui
Escrevo, risco, rabisco, esboço e escrevo outra vez
Quando choro ou quando grito, quando tudo está tranquilo
Ou quando quero falar de todo este amor infinito
Não consigo rir abertamente nem falar quando há uma trava
E a introversão é característica permanente
Toda a ilogicidade me acompanha, porque meu mundo é único e meu
Enxergo tudo do meu jeito, entendo de modo particular os trejeitos
E minha opinião é inconstante, ainda que meus princípios sejam imutáveis
Me esforço para que não me esforce e não consigo
É como uma bola de neve, vê? Tudo volta e vai ao mesmo tempo
Meu limite é grande, mas não pode retroceder se chega ao topo;
Não sou de voltar atrás no que decido nem de me arrepender do que quero
Em se tratando do que sinto, pode doer às vezes, mas é tudo mantido
(É tudo constante na inconstância, é toda a controvérsia)
Respeito é dado quando se recebe - se deixa de ser mútuo,
Deixa de existir
Luto pelo que acredito até quando não percebo
Extravaso frustrações e glórias com o mesmo grito mudo,
E há certa peculiaridade no modo como acredito
Em anjos e milagres.
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